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Clube tradicional brasileiro pode ser salvo por SAF, no entanto está perto de decretar falência

Enrico Ambrogini, CEO do Figueirense SAF — Foto: Patrick Floriani/FFC
Enrico Ambrogini, CEO do Figueirense SAF — Foto: Patrick Floriani/FFC

Um tradicional clube do futebol brasileiro passa por um problema grave, o Figueirense, de Santa Catarina. A equipe virou SAF, Sociedade Anônima do Futebol, e tenta se reerguer.

Dessa forma, o CEO do Figueirense SAF, Enrico Ambrogini, resolveu fazer uma coletiva para avaliar os primeiros 100 dias no clube, falando sobre a saúde financeira e investimentos do clube.

CEO fala sobre situação do Figueirense e sobre SAF 

O CEO do Figueirense SAF, Enrico Ambrogini, abriu o jogo sobre a situação atual do Figueirense.

Nesses primeiros 90 dias já foram mais de R$ 1,1 milhões de dívidas paga da SAF, não da Associação Figueirense. Essa dívida corresponde a, mais ou menos, 40% do que eu tinha de orçamento. Quando me abordam na arquibancada e pedem para eu liberar mais dinheiro, o compromisso do dinheiro está aqui [no pagamento das dívidas]. Se a gente vai ser criticado ou não por causa de contratação, o que eu garanto é que vamos ter poder de investimento futuro e não vai ter nada que vai atrasar o clube conforme a gente for pagando esse legado”, explicou.

Vale destacar que além de pagar dívidas, foram R$ 2,3 milhões em impostos atrasados no clube, em um parcelamento em 60 parcelas, pagando pouco mais de R$ 50 mil por mês.

“Uma das principais problemáticas aqui é dívida a curto prazo, que atrasa o clube porque estrangula, não consigo investir no futebol, fazer mudança estrutural. Foi super importante eu conseguir renegociar esse R$ 1,5 milhão para ser pago ainda em 2024. Vai ter pressão, mas não tem o desespero de pagar no mês que vem, como era quando a gente chegou”, disse o CEO.

Outro ponto debatido é sobre os investimentos do time. Enrico Ambrogini falou sobre o bar do Figueirense, que teve melhorias.

“O novo contrato com o operador previa mudanças estruturais e investimento para melhorar a relação com o torcedor. Ainda temos problemas, mas faz parte da gestão para ir melhorando. Hoje o bar já lucra 50% mais do que era no passado. Para comparar, a receita total do bar nesses seis primeiros jogos foi igual a receita total do bar no ano passado inteiro. O torcedor tá entendendo que estamos melhorando nessa parte também”, comemorou.

Por fim, o dirigente ainda falou mais sobre a dívida, mostrando transparência com o torcedor do Figueirense.

Temos que deixar claro a distinção de Figueirense Associação, que contraiu muita dívida, algo em torno de R$ 170 milhões, e a SAF foram dois anos de operação deficitária, também tem bastante dívida, cerca de R$ 25 a 28 milhões. É bem complicado porque nos tiram nosso poder de crédito. Não é ruim ter dívida. Contando os aportes, nós vamos ter R$ 14 milhões de receita esse ano. Se pega R$ 28 milhões, não deveria assustar tanto, mas é o problema de como essa dívida está estruturada”, finalizou.

O Figueirense se prepara para a disputa do Campeonato Brasileiro Série C.